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O papa Leão XIV disse hoje (2), no dia dos fiéis defuntos, durante a oração do Ângelus, que “o centro das preocupações de Deus torna-se claro: que ninguém se perca para sempre e que cada um tenha o seu lugar, brilhando em toda a sua unicidade“.
”A ressurreição de Jesus, o Crucificado, ilumina o destino de cada um de nós“, destaca o papa ao citar o Evangelho de São João 6,39 que recorda a promessa de Cristo: “A vontade Daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia”.
O papa ainda ressaltou que essa certeza expressa o centro das preocupações de Deus: “que ninguém se perca para sempre e que cada um tenha o seu lugar, brilhando em toda a sua unicidade”.
Leão XIV associou esta mensagem à Solenidade de Todos os Santos, celebrada ontem (1º), na qual definiu como “uma comunhão de diferenças que, por assim dizer, alarga a vida de Deus a todos os filhos e filhas que desejaram fazer parte dela”.
Ele também recordou as palavras do papa Bento XVI, que escreveu que a vida eterna “pretende dar um nome a esta espera irreprimível: não uma sucessão (de tempo) sem fim, mas o mergulhar no oceano do amor infinito, no qual o tempo, o antes e o depois já não existem.
O papa convidou os fiéis a fazerem da comemoração dos fiéis defuntos como um ato de esperança. “Cada pessoa é um mundo inteiro”, destacou Leão XIV ao advertir que “sem a memória de Jesus – da sua vida, morte e ressurreição – o imenso tesouro de cada vida fica sujeito ao esquecimento”.
E acrescentou: “A memória viva de Jesus, mesmo aqueles de quem ninguém se lembra, mesmo aqueles que a história parece ter apagado, emergem na sua dignidade infinita. Jesus, a pedra que os construtores desprezaram, é agora pedra angular. Eis o anúncio pascal”.
Por fim, Leão XIV disse que “a visita ao cemitério”, hoje, “onde o silêncio interrompe a agitação dos nossos tantos afazeres, seja para todos um convite à memória e à esperança” e pediu: Comemoremos, pois, o futuro. Não fiquemos presos ao passado, às lágrimas da nostalgia. Nem tampouco estejamos encerrados no presente, como num túmulo”.
“Que a voz familiar de Jesus nos alcance, e alcance a todos, porque é a única que vem do futuro. Ele chama-nos pelo nome, prepara-nos um lugar, liberta-nos do sentido da impotência com o qual corremos o risco de renunciar à vida”, disse o papa pedindo que “Maria, mulher do sábado santo, nos ensine de novo a ter esperança”.
Cessar fogo no Sudão
Ao final da oração do Ângelus de hoje (2), o papa Leão XIV apelou urgentemente pela paz e pelo acesso humanitário no Sudão e na Tanzânia e condenou a escalada da violência que causou a morte de civis e bloqueou a ajuda humanitária em algumas partes de África.
“Acompanho com grande dor as trágicas notícias que chegam do Sudão, em particular da cidade de El Fasher, no devastado Darfur do Norte”, disse o papa condenando a “violência indiscriminada contra mulheres e crianças, ataques a civis indefesos e graves obstáculos à ação humanitária estão a causar sofrimentos inaceitáveis a uma população já exausta por causa de longos meses de conflito”.
“Às partes envolvidas, renovo o meu sentido apelo a um cessar-fogo e à urgente abertura de corredores humanitários”, disse Leão XIV convidando “a comunidade internacional a intervir de modo decidido e generoso, para prestar assistência e apoiar aqueles que se empenham em levar socorro”.
O papa também pediu oração “pela Tanzânia, onde eclodiram confrontos com numerosas vítimas, depois das recentes eleições políticas” e apelou “a todos para que evitem qualquer forma de violência e sigam o caminho do diálogo”.





