
Por: Luiz Torres
Jesus Cristo, o Filho e ungido de Deus, o Emanuel – Deus conosco, nascido de uma Virgem, reúne em si os dois tempos, e realiza a unificação dos povos do Antigo e do Novo. considerando-se como “antigo” tudo o que aconteceu antes e “novo” tudo o que aconteceria depois.
Neste ponto já observamos a primeira característica de Jesus: Ele divide a história, mas não divide os povos, ao contrarie, Ele reúne os povos, tornando-o um só povo e um só rebanho (João 10, 16).
Quando falamos na pessoa de Jesus precisamos considerar um ponto importante da fé católica. Nós cremos firmemente que Jesus reúne em si mesmo as duas naturezas: a natureza divina (pois Ele é verdadeiramente Deus) e a natureza humana (pois Ele é verdadeiro homem). Portanto Jesus é homem e Deus. Jesus também reúne em si a maior, mais eficaz e definitiva revelação e manifestação do Amor de Deus para com a pessoa humana, sem distinções, discriminações ou outra coisa que o valha, muito presente hoje em dia no seio da sociedade.
Deus nos ama, independente do que somos ou fazemos. Seu amor está acima de tudo e é para todos. (João 3, 16), portanto por Amor Jesus veio oferecer a salvação a todos que nele acreditarem e assumirem seu convite de Amor. Frisando o conceito: Jesus não veio para condenar, mas para salvar a todos sem distinção de raça, cor, condição financeira, ou qualquer outra forma de discriminação que se cria hoje na sociedade.
A IGREJA
Se no “antes” o povo era um pequeno, disperso, escravizado, desorientado e deportado rebanho e eram “como ovelhas sem pastor” (Mateus 9, 36 e Marcos 6, 34), agora Jesus começa a reuni-los para torna-los todos em só povo, um só rebanho com um só Pastor.
Mas para reunir esse povo, e sabendo que seu tempo aqui na terra era curto, precisou iniciar de imediato a formação de pessoas que garantissem a continuação de sua missão, após sua morte.
A primeira providencia então foi chamar 12 pessoas, homens simples, quase analfabetos, mas, de coração aberto para sua nova mensagem, para compor esse primeiro escalão.
Sem romper com o “antigo”, para conectar esse novo tempo com a realidade antiga, deu continuidade à ideia das 12 tribos de Israel, com os 12 apóstolos, iniciando assim a formação da base desse novo povo.
Sua pregação falava de um novo reino cuja Lei maior deveria ser sempre o Amor. Ele mesmo disse que não queria abolir a Lei, mas aperfeiçoa-la. O primeiro aperfeiçoamento claro foi exatamente esse: substituir a lei do “olho por olho” pela Lei do Amor e do perdão.
A partir daí, formando, ensinando, pregando às multidões e realizando sinais, lançou as bases desse novo povo, que chamou Ele mesmo de “minha Igreja” (Mateus 16, 18).
Temos aqui um ponto importante a considerar:
Aquela pessoa que desde o “princípio o Verbo estava junto de Deus e era Deus” (João 1, 1); na plenitude dos tempos “se fez carne e habitou entre nós” (João 1, 14), agora estava falando em consolidar sobre pessoas humanas a sua Igreja, ou seja, O Divino desejava criar uma instituição de origem divina que denominou “minha Igreja” e entrega-la a governo de pessoas humanas. Elege o Apóstolo Pedro para ser a coluna mestra da sua Igreja. Podemos dizer em linguagem de hoje: “O pé direito da construção”.
Promete sua presença até o final dos tempos, através do Espírito Santo, dos Sacramentos. Tornando assim a sua Igreja O SACRAMENTO da sua presença no mundo e para o mundo.
Portanto essa Igreja, fundada por Cristo – o Homem Deus, baseada nas colunas que são os Apóstolos, recebe do seu fundador o mandato e a ordem de se espalhar pelo mundo para pregar o Evangelho de salvação.
Ele mesmo – Jesus, nos assegura: “quem Nele crê, não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no Nome do Filho Único de Deus” esta fala de Jesus está em João, capitulo 3, 18.
Para que a sua Igreja, permanecesse fiel a Ele e à sua missão, derramou sobre ela o seu Espírito Santo, que nos daria força para sermos testemunhos até o final os tempos e cumulou-a com características especiais:
- Poder espiritual sobre a humanidade: “o que ligares na terra será ligado no Céu e o que desligares na terra, será desligado no céu”. Mateus 18, 18.
- Concedeu-lhe o dom da infalibilidade que hoje é bastante questionado. Mas tem sentido dentro do projeto salvífico de Jesus. A sua Igreja, quando fala ao mundo sobre questões de fé, com a autoridade e condução do Espírito Santo, não pode errar e não erra. Pois é o Espírito Santo que a conduz neste momento. Além do mais ela baseia sua missão em um tripé de fundamentos importantes para o exercício de sua missão:
- A Palavra de Deus – Ela é a fonte e o fundamento da pregação e da missão da Igreja. Anunciar a Boa Nova do Reino cujo anúncio o próprio Jesus iniciou e nos mandou que fizéssemos o mesmo;
- A Sagrada Tradição: A Igreja sempre considera tudo o que foi feito desde a era apostólica pelos primeiros cristãos. Se baseia na tradição dos antigos para conduzir as novas gerações em meio às tantas heresias, desvios e deturpações da Palavra de Deus;
- O Sagrado Magistério: A Igreja é Mãe, portanto como mãe, lança mão dos tesouros de que dispõe para orientar seus filhos. Pelo Magistério a Igreja anuncia e proclama a Palavra de Salvação, guarda zelosamente toda a verdade sobre a revelação e sobre a salvação e defende dos ataques e erros do mundo, mostrando sempre qual a vontade de Deus a respeito das questões que afligem a humanidade.
