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Cristo entra no inferno do homem ‘não para culpabilizar, mas para salvar’, diz Leão XIV

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Acidigital

O papa Leão XIV disse na audiência geral de hoje (24) que Cristo entra todos os dias nos infernos do homem, imagem que remete a quem “vive a morte por causa do mal e do pecado” para salvar e “não para culpabilizar”.

“Cristo entra em todas estas realidades obscuras para nos testemunhar o amor do Pai”, disse o papa. “Não para julgar, mas para libertar. Não para culpabilizar, mas para salvar. Fá-lo sem clamor, na ponta dos pés, como quem entra num quarto de hospital para oferecer alívio e ajuda”.

Assim, ele disse que se Cristo pôde descer lá, “nada pode ser excluído de sua redenção”. 

“Nem as nossas noites, nem sequer as nossas culpas mais antigas, nem mesmo os nossos laços rompidos. Não há passado tão arruinado, não há história tão comprometida que não possa ser tocada pela misericórdia”, disse Leão XIV, que continuou hoje sua catequese sobre o mistério do Sábado Santo.

Inferno, condição existencial

Na catequese, o papa disse que a imagem do inferno, na concepção bíblica, “evoca não tanto um lugar”, mas sim uma “condição existencial” na qual a vida “se enfraquece e reinam a dor, a solidão, a culpa e a separação de Deus e dos outros”. 

Assim, Leão XIV disse que a descida de Cristo aos infernos “não diz respeito unicamente ao passado, mas toca a vida de cada um de nós” e é feita de “solidão”, “vergonha”, “abandono” e “cansaço de viver”.

“Cristo alcança-nos também neste abismo, atravessando as portas deste reino de trevas”, disse o papa na praça de São Pedro, no Vaticano.

Diante de centenas de fiéis reunidos para ouvir sua catequese, ele disse que Cristo entra todos os dias “na própria casa da morte, para a esvaziar” e ” libertar os seus habitantes, tomando-os pela mão, um por um”.

“Nesse gesto estão toda a força e a ternura do anúncio pascal: a morte nunca é a última palavra”, disse Leão XIV.

Como um pai com um filho que teme não ser mais amado

O papa destacou que o Senhor desce onde o homem “se escondeu por medo, chama-o pelo nome, pega-lhe na mão, levanta-o e leva-o de novo à luz”. Ele faz um gesto “com plena autoridade, mas ao mesmo tempo com infinita docilidade, como um pai com o filho que tem receio de não ser mais amado”.

Para Leão XIV, essa é a prova da “humildade de um Deus que não se detém diante do nosso pecado, que não se apavora perante a extrema rejeição do ser humano”.

‘Esse acontecimento, que a liturgia e a tradição nos transmitiram, representa o gesto mais profundo e radical do amor de Deus pela humanidade”, disse o papa.

“Se às vezes nos parece que tocamos o fundo, lembremo-nos: este é o lugar a partir do qual Deus é capaz de começar uma nova criação”, disse Leão XIV.

“Com efeito, não é suficiente dizer ou acreditar que Jesus morreu por nós: é preciso reconhecer a fidelidade do seu amor”, disse o papa.

Por fim, ele enfatizou que a verdadeira glória do Ressuscitado é “poder de amor”, que é “solidariedade de um Deus que não quer salvar-se sem nós, mas só conosco”. 

“Um Deus que não ressuscita, a não ser abraçando as nossas misérias e levantando-nos em vista de uma vida nova!”, disse Leão XIV.

“Amados irmãos e irmãs, para Deus, descer não é uma derrota, mas o cumprimento do seu amor”, concluiu o papa. “Não é um fracasso, mas o caminho através do qual Ele mostra que nenhum lugar é demasiado distante, nenhum coração é demasiado fechado, nenhum sepulcro é demasiado selado para o seu amor”.

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