Acidigital
O papa Leão XIV escolheu Preservar vozes e rostos humanos como tema para o 60º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em maio do ano que vem.
O Dicastério para a Comunicação diz que o tema está ligado aos desafios e oportunidades da comunicação na era digital e na era da inteligência artificial (IA).
A mensagem enfatiza que “a tecnologia influencia as interações como nunca antes: desde algoritmos que selecionam conteúdo em feeds de notícias até a inteligência artificial que compõe textos e conversas inteiras”.
Ela diz também que a humanidade hoje tem possibilidades que eram impensáveis só há alguns anos, mas diz que, embora essas ferramentas ofereçam eficiência e alcance, “elas não podem substituir as capacidades exclusivamente humanas de empatia, ética e responsabilidade moral”.
O Dicastério para a Comunicação diz também que “a comunicação pública exige julgamento humano, não só padrões de dados”, e diz que o verdadeiro desafio é garantir que a humanidade continue sendo “o agente orientador”.
Segundo a mensagem, “o futuro da comunicação deve ser aquele em que as máquinas sejam ferramentas que sirvam e conectem a vida humana, não forças que corroem a voz humana”.
Conteúdo atraente, mas enganoso
A Santa Sé fala também sobre os riscos da inteligência artificial, que pode gerar “conteúdo atraente, mas enganoso, manipulador e prejudicial, replicar preconceitos e estereótipos presentes em dados de treinamento e amplificar a desinformação simulando vozes e rostos humanos”.
A IA “pode invadir a privacidade e a intimidade das pessoas sem seu consentimento” e que a dependência excessiva dessa tecnologia “enfraquece o pensamento crítico e as habilidades criativas, enquanto o controle monopolista desses sistemas levanta preocupações sobre a centralização de poder e desigualdades”.
Nesse contexto, a mensagem papal propõe a introdução do letramento midiático nos sistemas educativos.
O Dicastério para a Comunicação conclui que “como católicos, podemos e devemos dar a nossa contribuição para que as pessoas — especialmente os jovens — possam adquirir a capacidade de pensamento crítico e crescer na liberdade espiritual”.
Com esse tema, Leão XIV exorta toda a comunidade a refletir sobre como manter a centralidade da pessoa num mundo em que as tecnologias avançadas transformam a comunicação e a interação social, preservando sempre as “vozes e os rostos humanos” que definem as pessoas como seres éticos e responsáveis.