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A Igreja não tolera o antissemitismo, diz Leão XIV

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O papa Leão XIV condenou hoje (29) o antissemitismo, em audiência geral na praça de São Pedro, no Vaticano, que marcou o 60º aniversário da Nostra aetate, documento do Concílio Vaticano II sobre as relações da Igreja com outras religiões.

O papa sublinhou que, desde a publicação da Nostra aetate, todos os seus predecessores “condenaram o antissemitismo com palavras claras”.

“E assim também eu confirmo que a Igreja não tolera o antissemitismo e o combate, por causa do próprio Evangelho”, disse Leão XIV.

O papa expressou gratidão pelo que foi alcançado nos últimos 60 anos de diálogo judaico-católico, reconhecendo, ao mesmo tempo, os desafios que surgiram ao longo do caminho. “Não podemos negar que neste período houve também desentendimentos, dificuldades e conflitos que, no entanto, nunca impediram a continuação do diálogo”, disse ele. “Também hoje não devemos permitir que as circunstâncias políticas e as injustiças de alguns nos desviem da amizade, sobretudo porque até agora conseguimos realizar muito”.

O papa Leão XIV foi acompanhado por rabinos, imãs muçulmanos, monges budistas e outros líderes religiosos na audiência geral. Ele os exortou a agir juntos para aliviar o sofrimento humano, cuidar do planeta e restaurar a esperança.

“Mais do que nunca, o nosso mundo precisa da nossa unidade, amizade e colaboração”, disse ele. “Cada uma das nossas religiões pode contribuir para aliviar o sofrimento humano e cuidar da nossa casa comum, o nosso planeta Terra”.

Entre os presentes, estavam representantes do hinduísmo, do sikhismo, do zoroastrismo e do taoísmo, além de líderes cristãos. Muitos haviam participado, ontem (28) à noite, de uma cerimônia pela paz no Coliseu, organizada pela Comunidade de Santo Egídio, que reuniu cerca de 300 representantes de religiões e culturas de várias partes do mundo.

O papa Leão XIV rezou por todos os afetados pelo furacão Melissa, que atingiu ontem a Jamaica como a tempestade de categoria 5 mais forte já registrada a atingir a ilha caribenha, antes de atingir Cuba.

“Milhares de pessoas ficaram desalojadas, enquanto que casas, infraestruturas e vários hospitais foram danificados”, disse ele. “Asseguro a todos a minha proximidade, rezando por quantos perderam a vida, por aqueles que estão em fuga e pelas populações que, à espera do evoluir da tempestade, vivem momentos de ansiedade e preocupação”.

catequese do papa centrou-se na Nostra aetate, publicada em 28 de outubro de 1965 pelo Concílio Vaticano II, que abriu o que Leão XIV disse ser “um novo horizonte de encontro, respeito e hospitalidade espiritual”.

“Esse Documento luminoso ensina-nos a encontrar os seguidores de outras religiões não como estranhos, mas como companheiros de viagem no caminho da verdade; a honrar as diferenças, afirmando a nossa humanidade comum”, disse ele.

Falando sobre a importância histórica do documento, o papa disse que a Nostra aetate ofereceu pela primeira vez “um tratado doutrinal sobre as raízes judaicas do cristianismo que, nos planos bíblico e teológico, representasse um ponto de não retorno”.

Citando o texto do Concílio Vaticano II, Leão XIV disse: “A Igreja, lembrada do seu comum patrimônio com os judeus, e levada não por razões políticas, mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isto sucedeu e seja quem for a pessoa que isto promoveu contra os judeus”.

O papa falou contra o extremismo religioso e o fundamentalismo. Ele disse aos líderes de diferentes religiões presentes: “As nossas respectivas tradições ensinam a verdade, a compaixão, a reconciliação, a justiça e a paz”.

“Juntos, devemos vigiar contra o abuso do nome de Deus, da religião e do próprio diálogo, assim como contra os perigos representados pelo fundamentalismo religioso e pelo extremismo”.

Leão XIV pediu aos líderes religiosos que trabalhem juntos para enfrentar os desafios impostos pela inteligência artificial. “Devemos abordar também o desenvolvimento responsável da inteligência artificial porque, se for concebida como alternativa ao humano, ela pode violar gravemente a sua dignidade infinita e neutralizar as suas responsabilidades fundamentais”, disse ele.

O papa sublinhou que a religião pode ter um papel fundamental na promoção da paz e na restauração da esperança no mundo. “Essa esperança fundamenta-se nas nossas crenças religiosas, na convicção de que um mundo novo é possível”, disse ele.

“Há sessenta anos, a Nostra aetate trouxe esperança ao mundo depois da segunda guerra mundial. Hoje somos chamados a refundamentar essa esperança no nosso mundo devastado pela guerra e no nosso ambiente natural degradado”.

Ao fim da palestra, Leão XIV conduziu as pessoas presentes num momento de oração silenciosa. “A oração tem o poder de transformar as nossas atitudes, pensamentos, palavras e ações”, disse o papa.

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