
Por Luiz Faria Torres
“O senhor é Rei e se revestiu de majestade!” – Salmo 92
Para retomarmos nossa série de reflexões, neste espaço, nada mais apropriado de o fazermos às vésperas de tão significativa solenidade católica.
Nó próximo domingo – dia 23 – celebraremos a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Esta celebração encerra o ano litúrgico do ano 2025. O Sagrado Magistério da Igreja, dedica o último domingo para celebrar com todas as honras o Senhorio e o Reinado eterno e universal de Nossa Senhor Jesus Cristo.
Nos dias atuais verifica-se uma guerra insana onde os poderosos fazem de tudo para aumentar o seu poder, muitas vezes subjugando outros povos e para isso não hesitam em matar, escravizar, extorquir, corromper ou deixar-se corromper.
Jesus surge e se apresenta ao mundo como o modelo de um verdadeiro rei. Quando Ele se apresenta a Pilatos como rei, a sua figura sugere um outro tipo de reinado, uma outra forma de exercer o poder real e libertador neste mundo.
Quando Jesus responde à sua pergunta: “O meu Reino não é deste mundo” (João 18, 36) e reafirma logo a seguir: “Sim, eu sou Rei” (João 18, 37), podemos distinguir claramente a abissal diferença entre os dois.
O rei deste mundo – Pilatos, com roupas brilhantes, trono de ouro, coroa, poder e soberba.
Já o Rei, que transcende os limites deste mundo, apresenta-se, flagelado, ensanguentado, com vestes deploráveis, rosto desfigurado pelo sofrimento, e na cabeça uma coroa, não uma coroa de ouro, mas uma coroa de espinhos cravados em sua cabeça.
Podemos ver neste quadro, duas figuras que se intitulam rei, mas representam tipos diferentes de reinado. Tipos diferentes de poder e propostas diferentes para exercer esse poder.
Um ostenta um reinado de prepotência, orgulho, crueldade e desrespeito, fundamentado na injustiça e no poder das armas, fadado ao fracasso e à destruição.
O outro apresenta o reinado do Amor, da entrega, do sacrifício, da misericórdia fundamentado no perdão, que será eterno e nunca acabará, pois não tem sustentação nas forças humanas, mas tem sua origem no poder do Amor e na força da misericórdia.
Ao longo da história já vimos muitos reinados que, apesar da força e do grande domínio, acabaram e já não existem. Já o reinado de Jesus é eterno, existe desde toda a eternidade e permanecerá por toda a eternidade.
Desde seu Nascimento, Jesus foi a contradição para o mundo e apesar de Deus Todo-Poderoso, apresentou-se e viveu frágil e pobre:
Os poderosos da terra nascem em palácios – Jesus nasceu numa gruta;
Os poderosos são colocados em berço de ouro – Jesus foi depositado em uma manjedoura;
Os poderosos moram em palácios reais – Jesus não tinha onde reclinar a cabeça;
Os poderosos descansam em camas e tronos dourados – Jesus descansou e entregou seu espírito pregado em uma cruz;
Os poderosos exercem seu poder subjugando os povos – Jesus exerceu seu poder salvando e libertando dos males físicos e espirituais os que necessitavam de alento;
Os poderosos oprimem e metem medo – Jesus provoca paz, consola e liberta os oprimidos.
Os poderosos derramam o sangue dos inocentes – Jesus derramou o seu Sangue inocente, para salvar a humanidade.
A qual destes reinos queremos pertencer e obedecer? Em favor de qual destes reinos vamos trabalhar e lutar? De que lado estamos?





