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O papa Leão XIV elogiou o serviço litúrgico do canto, que disse ser um “instrumento muito valioso” para a vida da Igreja, e disse que, para funcionar, o canto requer sobretudo “uma profunda vida espiritual”.
“Que a vida espiritual esteja sempre à altura do serviço que prestam”, para que o canto “possa expressar autenticamente a graça da liturgia”, disse o papa diante de centenas de membros do coro reunidos na praça de São Pedro.
Leão XIV disse que eles devem “estudar cuidadosamente o magistério” para transformar cada vez mais os coros “numa maravilha de harmonia e beleza”.
Na missa jubilar para Coros e Corais celebrada hoje (23), o papa falou sobre a norma do concílio Vaticano II que vincula a música litúrgica à participação da assembleia e pediu aos coros que não cedam à “tentação da exibição que exclui a participação ativa de toda a assembleia litúrgica no canto”.
Ele disse que o ministério do coro “exige preparação, fidelidade, compreensão mútua e, acima de tudo, uma profunda vida espiritual, para que, se você orar cantando, ajude a todos a orar”.
O papa Leão XIV disse que os coros devem agir como “uma pequena família de pessoas diferentes unidas pelo amor à música e pelo serviço que prestam”, mas que “a sua grande família é a comunidade; eles não estão à frente dela, mas fazem parte dela”.
O papa disse que o canto é uma “expressão natural e completa do ser humano”, na qual “a mente, os sentimentos, o corpo e a alma se unem para comunicar as grandes coisas da vida”. Citando santo Agostinho, Leão XIV disse que “o canto é próprio de quem ama” e que quem canta “ama aquele para quem canta”.
Leão XIV propôs uma imagem do coro como uma comunidade em jornada: “Fazer parte de um coro significa avançar juntos, consolando nos sofrimentos, exortando para não ceder ao cansaço, infundir neles entusiasmo quando a fadiga parecer prevalecer”.
Para o papa, cantar “torna a viagem mais leve e traz alívio e consolo”, mesmo quando o caminho “está cheio de dificuldades e provações”.
Leão XIV começou invocando o salmo responsorial: “Vamos com alegria ao encontro do Senhor” (cf. Sl 122), e disse que a liturgia deste domingo convida os fiéis a caminharem juntos — em louvor e alegria — ao encontro de nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, soberano manso e humilde. Ele disse que o poder de Deus “é amor, o Seu trono é a cruz, e através da cruz, o Seu Reino resplandece no mundo”.
A homilia falou sobre o serviço do coro dentro da comunidade eclesial e pediu que “as diferentes vozes de um coro harmonizem-se umas com as outras, dando vida a um único louvor, um símbolo luminoso da Igreja”.
Concluindo, o papa confiou os membros do coro à proteção da padroeira da música sacra: “Confio todos vocês à proteção de santa Cecília, a virgem e mártir que, aqui em Roma, elevou com a sua vida o mais belo cântico de amor, entregando-se totalmente a Cristo e oferecendo à Igreja o seu luminoso testemunho de fé e amor”.





