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Papa revela negociações de paz no Oriente Médio com Trump, Netanyahu e outros atores regionais

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O papa Leão XIV disse aos jornalistas em seu voo de hoje (2) de Beirute para Roma que começou conversas com o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a necessidade de interromper a violência e buscar soluções no Oriente Médio.

Na longa coletiva de imprensa ele falou da Ucrânia, da Igreja Católica na Alemanha e da própria eleição de Leão como papa, entre outros temas.

Em resposta a uma pergunta sobre o Hezbollah, um partido político e milícia islâmica apoiado pelo Irã que exerce influência significativa no Líbano, o papa disse que na viagem também teve reuniões pessoais com representantes de grupos políticos envolvidos em conflitos regionais. “O nosso trabalho não é algo público que declaramos pelas ruas; é algo que fazemos nos bastidores”, disse ele. “É algo que já fizemos e continuaremos a fazer para convencer as partes a abandonarem as armas, a violência, e buscarem juntos a mesa de diálogo”.

O papa também falou das preocupações sobre o Islã na Europa, dizendo que o medo é muitas vezes “gerado por pessoas que são contra a imigração”. Para o papa, o Oriente Médio oferece um modelo alternativo. “Uma das grandes lições que o Líbano pode ensinar ao mundo é justamente mostrar uma terra onde o Islã e o Cristianismo estão presentes e se respeitam, e onde existe a possibilidade de viverem juntos e serem amigos”.

O papa Leão reiterou seu apelo por um cessar-fogo na Ucrânia. Ele reconheceu que os EUA estão buscando promover um plano de paz, mas “a presença da Europa é importante”, observando que o governo em Washington modificou sua primeira proposta depois das preocupações europeias. Ele sugeriu que a Itália poderia desempenhar “um papel muito importante” como intermediária.

Ao responder sobre a sua própria eleição, ele disse que já havia imaginado se aposentar. Ele reafirmou seu compromisso com o sigilo do conclave, mas lembrou-se de ter dito a um repórter, na véspera de sua eleição, que “tudo está nas mãos de Deus”. Quando a realidade da votação ficou clara, ele disse: “Respirei fundo e disse: Eis-me aqui Senhor, Tu és o chefe, Tu guias o caminho”. Leão acrescentou que muitas vezes se diverte com as interpretações que os jornalistas fazem de suas expressões. “Vocês acham que conseguem ler minha mente ou meu rosto e nem sempre vocês têm razão”, brincou.

Leão disse que espera que sua próxima viagem seja para algum lugar na África e que gostaria de ir à Argélia, para visitar locais associados a santo Agostinho e continuar construindo pontes com os muçulmanos. Ele também disse que gostaria de visitar a Argentina e o Uruguai, que aguardam uma visita papal e que outros países da América Latina, incluindo o Peru, estão sendo considerados, mas “nada está confirmado”.

O papa disse que a Santa Sé está trabalhando com a Conferência Episcopal da Venezuela e com o núncio apostólico para acalmar as tensões depois das recentes ameaças dos EUA. “Estamos buscando maneiras de acalmar a situação buscando acima de tudo o bem do povo, porque nessas situações quem sofre é o povo, não as autoridades”, disse.

Respondendo a uma pergunta sobre o Caminho Sinodal da Igreja Alemã, uma série de encontros entre bispos e leigos que propôs grandes mudanças na doutrina e governança católicas, Leão falou das preocupações de muitos católicos alemães de que “certos aspectos do Caminho Sinodal… não representem suas esperanças para a Igreja ou sua maneira de viver a Igreja”. Ele destacou a necessidade de “diálogo e escuta dentro da própria Alemanha, para que nenhuma voz seja excluída, para que a voz dos mais poderosos não silencie a voz daqueles que podem ser muito numerosos, mas que não têm um espaço para falar e ser ouvidos”.

“Acredito que haverá alguns ajustes de ambas as partes na Alemanha, mas espero sinceramente que as coisas se resolvam de forma positiva”, disse Leão, acrescentando que os encontros em andamento entre os bispos alemães e a Santa Sé visam “garantir que o Caminho Sinodal alemão não se desvie, por assim dizer, daquilo que deve ser considerado um caminho da Igreja universal”.

O papa Leão disse que a Igreja do Oriente Médio pode oferecer ao Ocidente o valor da unidade em uma era individualista. Os jovens às vezes se perguntam: “por que deveríamos querer ser um? Eu sou um indivíduo e não me interesso pelos outros”, disse ele. “Mas a unidade, a amizade, as relações humanas, a comunhão são extremamente importantes e extremamente preciosas”. Recordando o testemunho de cristãos e muçulmanos que se ajudaram mutuamente depois da destruição de suas aldeias, ele disse que tais gestos mostram como “a paz e a justiça autênticas” podem criar raízes quando as pessoas superam a desconfiança.

Respondendo sobre como está aprendendo a ser papa, Leão recomendou um livro que, segundo ele, moldou sua própria vida, escrito por um frade carmelita do século XVII conhecido como Irmão Laurence. “Se quiserem saber algo sobre mim”, disse ele, leiam A Prática da Presença de Deus. Descreve um tipo de oração e espiritualidade onde simplesmente entregamos nossa vida ao Senhor e permitimos que Ele nos guie. Essa tem sido a minha espiritualidade por muitos anos”.

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