Ouça a Rádio Coração Ao Vivo

“Iriny, deixe a Gisele em paz!”

- Publicidade -

“Iriny, deixe a Gisele em paz!”

Da Diocese de Dourados

Foi com essas palavras que alguém extravasou seu deboche ante a publicidade exibida pela empresa Hope, na qual a modelo Gisele Bündchen aparece apenas com peças íntimas.

Iriny Lopes é Ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República. Ela não gostou do que viu. Em sua opinião, o comercial «intima as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu “charme” (exposição do corpo e insinuações) para amenizar as possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano». Ele «reforça o estereótipo equivocado da mulher como mero objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços alcançados para desconstruir práticas e pensamentos sexistas». Por fim, por seu «conteúdo discriminatório contra a mulher», infringe a Constituição, que prevê o «respeito à dignidade da pessoa humana».

Como sempre acontece em casos semelhantes, a intervenção da Ministra surtiu efeito contrário, dando à propaganda uma repercussão e uma notoriedade que seus criadores jamais teriam sonhado.

Contudo, não convém minimizar as razões apresentadas pela Ministra para coibir publicidades onde o valor da mulher é medido pelo grau de sensualidade que a exposição do próprio corpo sugere. O que é que leva algumas mulheres a exibirem sua intimidade para revistas e outdoors? Uma condição social mais elevada? Um nome alardeado aos quatro ventos? Homens fisgados pela beleza exterior, quando a interior não existe? Mas, se assim fosse, é bom lembrar a advertência de Jesus: tudo o que é construído sobre a areia, cedo ou tarde cairá. Inclusive o casamento…

Pelos dons e encantos que a enriquecem, a mulher exerce na sociedade uma influência muito mais profunda do que o homem, por atingir o âmago da sociedade, que é a formação do coração. Mas, não se conformando em perder o lugar de destaque que julga ter, o homem se “vinga”, reduzindo a mulher a simples objeto de propaganda comercial. É assim que, às vezes, a emancipação feminina acaba transformada numa nova escravidão masculina…
Por falar em escravidão, uma das mais opressivas e difundidas é a da moda. Sua ditadura é capaz de transformar homens e mulheres em marionetes, impondo atitudes e comportamentos indignos do ser humano, totalmente opostos à ética ditada por uma consciência correta e sadia. A maneira de vestir diz o que há no coração. A alma se manifesta através do corpo. Da mesma forma, a roupa que se usa (ou não se usa…) revela os valores que norteiam – e os problemas que machucam – a nossa vida.

Como é fácil prever, tudo isso influi na degradação da sociedade. A erotização da juventude e a banalização da família estão na ordem do dia. A própria pedofilia iniciou um processo inverso: crianças e adolescentes competem na sedução dos adultos. O censo demográfico de 2010 mostrou que, no Brasil, existem mais de 50.000 menores, de 10 a 14 anos, que simplesmente passaram a viver juntos – não se sabe por quanto tempo – como marido e mulher…

Mas, para não deixar o leitor com o coração deprimido, termino com um fato positivo. Talvez poucos saibam que, na Grã-Bretanha, cresce o número de moças que desejam abraçar a vida religiosa. Uma delas é Catherine, de 25 anos. Formada em letras pela Universidade King’s College de Londres, trabalhou como modelo, uma experiência que não lhe trouxe a realização que esperava: «Eu lembro que depois de receber meu primeiro cachê, fui para casa e me senti vazia. Eu pensava: “É só isso?” Eu adoro as pessoas, adoro me divertir, mas isso não é tudo na vida!».

Catherine decidiu, então, retomar um pensamento que a acompanhava desde pequena: dedicar sua vida a Deus como freira. O que a impediu, até o momento, de realizar esse projeto é ter que renunciar ao matrimônio e à maternidade: «Isso é um grande sacrifício; se você é romântica e gosta do sexo oposto, deseja casar. Sinto-me dividida e atraída em duas direções opostas. Dizem-me que eu seria uma boa esposa e uma boa mãe – e eu adoraria isso, se for o que Deus quer. Estou rezando para entender qual é a minha vocação».

Só assume a vida como vocação, missão e serviço quem encontra um “Tesouro” mais atraente e valioso do que tudo o que abandona. Caso contrário, a decepção é total e o fracasso, certo.

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo da Diocese de Dourados

“Iriny, deixe a Gisele em paz!”

Leia também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-
Fale com a Rádio Olá! Selecione um contato.