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Verificando os fatos

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Pe. Crispim Guimarães

No final do século XIX, o casamento, que até então era visto como Casa-mento, lugar de comunhão, passou a ser considerado como prisão. Não deixou de influenciar a ciência da psicologia, que exacerbou no conceito de indivíduo. O “Nós” deu lugar ao “Eu”.

Seria a evolução dos tempos algo ruim? Não, ruim ou bom, depende de como o ser humano se relaciona com o mundo. Ninguém pode dizer que o conceito machista de casamento era bom, o indivíduo diluído no coletivo não era o ideal. Da mesma forma, o “Eu” – indivíduo que esquece do “Nós” – coletivo ou o feminismo, de nada ou pouquíssimo contribui para uma sociedade justa e fraterna.

No Brasil dos anos 70, ainda recordo quando menino, falar de alguém divorciado era um susto, pois estávamos acostumados com matrimônios duradouros. Aos poucos, este conceito foi sendo expurgado da sociedade e hoje muitos se assustam quando ouvem dizer que um casal está junto há 50 anos. Era comum muitas pessoas se casarem virgens, pois a virgindade era um valor, mas hoje é um estigma dizer que se pretende ter relações sexuais só depois do casamento. Muitos jovens chegam a ser ridicularizados por tal opção.

A sexualidade estava mais na área do privado, se bem que faltava muita informação. No entanto, nem sempre falar de sexo significa informar e, ainda mais, formar a pessoa sobre uma sexualidade madura. Agora, prima-se por falar de sexo na mais tenra idade. Nada mal se a formação fosse o foco. O perigo está na erotização do sexo, sobretudo para uma população na fase de desenvolvimento e que ainda não tem todas as condições psicológicas para absorver com responsabilidade, não somente uma relação sexual, mas também as suas consequências.

A televisão desnudou as nossas crianças, fazendo-as modelos em miniatura de Carla Peres, mulher melancia, etc., sempre com vestimentas impróprias para idades tão vulneráveis. Os meninos foram chamados à virilidade machista de “pegadores”, gerando muitos jovens, irmãos, pais, “mães”, tios, padres, pastores, advogados, médicos, desequilibrados sexualmente.
O homossexualismo, que era algo conhecido, mas muito recatado, atualmente é apregoado nas escolas e, sobretudo, nas novelas e reality shows, quase obrigando a sociedade a dizer que concorda. Quem quer assumir suas tendências sexuais não pode ser impedido, mas quem pensa diferente não pode ser amordaçado ou cerceado de dizer o que pensa. Recentemente, foi lançado no mercado brasileiro um filme, “Do começo ao fim”, onde dois irmãos do sexo masculino mantêm, desde pequenos, um relacionamento sexual amoroso. O filme é protagonizado por artistas de fama nacional. Cenas muito picantes são colocadas para o público como se o assunto fosse algo muito comum. Penso que para uma população jovem e ainda em formação, pode ser um fato desencadeador de muitas relações incestuosas, mesmo porque a mensagem subliminar é muito propensa a tais manifestações. Este filme custou milhões de reais, quem o financiou?

Tudo isto, caro leitor, para dizer que certos assuntos são alardeados nos meios de comunicação, como que para amaciar a mente da população que, depois de tanto ouvir falar de certas mazelas, acostuma-se com as mesmas. Foi assim com o presidente Lula e a corrupção: hoje pode falar de Lula, ele continua popular, pode-se falar de violência, ela não diminui, de drogas, elas aumentam, e já há grandes figurões no mundo e até no Brasil defendendo sua descriminalização.

Não nos assustemos se a desgraça da pedofilia se tornar daqui a 10 ou 20 anos legalizada, baixando a idade para 12 anos ou menos. O caminho foi lançado, as instituições que, mesmo tendo alguns membros envolvidos com tal crime, rigorosamente se colocam contra, estão sendo massacradas.
O jornal O Globo, no dia 27 de abril de 2002, publicou um artigo, onde recordava que na Grécia e no Império Romano, o uso de menores para a satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até prezado. Em alguns países isso durou até pelo menos o começo do século XX, fazendo da Argélia, por exemplo, um paraíso para pedófilos. “Foi a influência do cristianismo — e praticamente ela só — que libertou as crianças desse jugo terrível. Mas isso teve um preço. É como se uma corrente subterrânea de ódio e ressentimento, aguardando o momento da vingança. Esse momento chegou”.

Por outro lado, e isto não é ruim, chegou a hora de todos, quem quer que seja, envolvidos na violência infanto-juvenil, prestarem contas à justiça. O caminho é a denúncia – responsável – aos órgãos competentes, são eles que averiguarão as provas para não acabarem com a vida de pessoas que mesmo denunciadas, podem não estar envolvidas.

Assessor de Comunicação e Coordenador de Pastoral da Diocese de Dourados

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