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Dez anos: Francisco e a graça do pontificado

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Luís Eugênio Sanábio e Souza – escritor (Juiz de Fora –
MG- BRASIL)

Há dez anos Francisco era eleito Papa. O que isso significa à luz
da fé ? Significa a subsistência de uma graça ministerial
específica que Cristo estabeleceu na Igreja para o cumprimento de
sua missão salvífica. Herdeiro da missão do Apóstolo Pedro que
foi escolhido por Cristo para apascentar as ovelhas do rebanho
(João 21,17), o Papa Francisco é de fato, como Sucessor de
Pedro, “o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade,
não só dos Bispos mas também da multidão dos fiéis” (Concílio
Vaticano II: LG nº 23). Já nas primeiras comunidades cristãs,
como mais tarde em toda a Igreja, a imagem de Pedro
permaneceu fixada como aquela do Apóstolo que, apesar da sua
debilidade humana, foi constituído expressamente por Cristo no
primeiro lugar entre os Doze Apóstolos e chamado a exercer na
Igreja uma própria e específica função. Ele é a rocha sobre a qual
Cristo edificará a sua Igreja (Mateus 16,18); é aquele que, uma
vez convertido, não vacilará na fé e confirmará os irmãos (Lucas
22,32); é, por fim, o Pastor que guiará a inteira comunidade dos
discípulos do Senhor (João 21,15-17). Portanto, confiar no Papa
Francisco significa confiar na assistência do Espírito Santo que
governa a Igreja. Pelo caráter supremo do poder papal, não há
instância alguma a que o Romano Pontífice deva responder
juridicamente a respeito do exercício do dom recebido: «Prima
sedes a nemine iudicatur» = “A Sé Primeira não é julgada por
ninguém” (Código de Direito Canônico, cânon 1404). Todavia,
isto não significa que o Papa tenha um poder absoluto. O Papa
está como todos os fiéis submetido à Palavra de Deus, à fé
católica. Ele não decide segundo o próprio arbítrio, mas dá voz à
vontade do Senhor, que fala ao homem na Escritura vivida e
interpretada pela Tradição. O Sucessor de Pedro é a rocha que,
contra a arbitrariedade e o conformismo, garante uma rigorosa
fidelidade à Palavra de Deus: daí resulta também o caráter
martirológico do seu Primado. A autoridade do Papa exerce-se no
serviço da verdade, da unidade e da caridade e por isso o Papa é
chamado de “servus servorum Dei”, isto é, “servo dos servos de
Deus”, dizia o Papa São Gregório Magno (540-604).
Sabemos que ao longo desses dez anos de pontificado, o nosso
querido Papa Francisco foi amado e, por outro lado, às vezes
rejeitado. Um papa também não pode esperar só aplausos porque
a Igreja também é, à semelhança do seu divino fundador, “objeto
de contradição” (Lucas 2,34). Certa vez, o Papa Bento XVI disse
assim : “Quando um papa sempre recebe aplausos, ele precisa se
perguntar se fez algo de errado. Pois neste mundo a mensagem de
Cristo é um escândalo, iniciado com o próprio Cristo. Sempre
haverá contradição, e o papa sempre será sinal de contradição”
(Bento XVI : “O último testamento”, página 47).
Penso que devemos todos agradecer a benevolência do Papa
Francisco. Suas constantes reflexões sobre a misericórdia divina
atrai as pessoas para Jesus Cristo que é o caminho, a verdade e a
vida (João 14,6). Podemos sentir que Francisco compreende bem
aquelas seguintes palavras abençoadas do memorável Papa São
Paulo VI: “Não minimizar em nada a doutrina salutar de Cristo é
forma de caridade eminente para com as almas. Mas, isso deve
andar sempre acompanhado também de paciência e de bondade,
de que o mesmo Senhor deu o exemplo, ao tratar com os homens.
Tendo vindo para salvar e não para julgar (João 3,17), Ele foi
intransigente com o mal, mas misericordioso para com os
homens” (São Paulo VI: Encíclica Humanae vitae nº 29)

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