O papa Leão XIV encorajou os participantes do Festival da Juventude de Medjugorje a unirem as chamas de seus corações, para que esse fogo ilumine seu caminho e sua peregrinação em direção a Deus, que os chama e, em alguns casos, despertou neles o desejo de servi-lo por meio do sacerdócio ou da vida consagrada.
A mensagem de Leão XIV dirigida ao Festival da Juventude de Medjugorje é primeira de um papa a esse evento desde que, em setembro do ano passado, a Santa Sé reconheceu a validade pastoral da experiência espiritual de Medjugorje, sem se pronunciar sobre a autenticidade sobrenatural das supostas aparições de Nossa Senhora, venerada ali como Rainha da Paz.
“Vamos à casa do Senhor (cf. Sl 122,1)” é o lema do 36º Festival da Juventude de Medjugorje, que acontece entre hoje (4) e sexta-feira (8) — depois da conclusão multitudinária do Jubileu da Juventude em Roma, com cerca de um milhão de pessoas participando da missa final com o papa Leão XIV na Universidade Tor Vergata — e do qual participam um grande número de grupos de jovens do mundo inteiro.
Em sua mensagem, divulgada hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o papa diz que o lema do festival “nos fala de um caminho, de um desejo que nos move em direção a Deus, em direção ao lugar onde Ele habita, onde podemos nos sentir verdadeiramente em casa, porque ali nos espera o Seu Amor”.
É o próprio Deus que acompanha cada pessoa, pois “no caminho da vida nunca se caminha sozinho”, disse Leão XIV.
“O nosso caminho está sempre entrelaçado com o do outro: somos feitos para nos encontrar, para caminhar juntos e para descobrir juntos um destino comum”, diz ele.
O papa cita santo Agostinho: “Vem, vem! Assim dizem uns aos outros e, como que se acendendo, formam uma só chama. E essa uma só chama, nascida de um que, falando, comunica ao outro o fogo que arde em si”.
“Que imagem maravilhosa”, disse o papa. “Ninguém caminha sozinho: todos se encorajam, se inflamam. As chamas dos corações se unem e se tornam um único e grande fogo que ilumina o caminho. Vocês também, jovens, não são peregrinos solitários. Essa jornada rumo ao Senhor se faz juntos”.
Falando sobre inteligência artificial, Leão XIV enfatizou que “nenhum algoritmo jamais poderá substituir um abraço, um olhar, um encontro verdadeiro, nem com Deus, nem com nossos amigos, nem com nossa família”.
“Pensem em Maria. Ela também empreendeu uma viagem difícil para encontrar sua prima Isabel. Não foi fácil, mas ela conseguiu, e esse encontro gerou alegria: João Batista exultou no ventre de sua mãe ao reconhecer, no ventre da Virgem Maria, a presença viva do Senhor”, disse o papa.
“Vocês vieram a Medjugorje de muitos países e talvez sintam que a língua ou a cultura são um obstáculo ao encontro: tenham coragem”, enfatizou ele. “Há uma língua mais forte do que qualquer barreira: a língua da fé, alimentada pelo amor de Deus”.
Responda sem medo ao chamado de Deus
Depois de incentivá-los a se encontrarem e se conhecerem verdadeiramente, o papa Leão XIV os encorajou: “Ao longo do caminho, se algum de vocês sentir dentro de si o chamado para uma vocação especial, para a vida consagrada ou para o sacerdócio, eu o encorajo a não ter medo de responder”.
“Esse convite, que vocês sentem vibrar dentro de vocês, vem de Deus, que fala aos nossos corações”, disse o papa. “Escutem-no com confiança: a Palavra do Senhor, de fato, não só nos torna verdadeiramente livres e felizes, mas também nos realiza autenticamente como seres humanos e como cristãos”.
Por fim, Leão XIV expressou sua esperança de que a Bem-aventurada Virgem Maria encoraje e guie os jovens de Medjugorje em sua jornada, para que sejam arautos de paz e esperança.