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O papa Leão XIV exortou os fiéis a conectarem a fé “com a realidade” e disse que a morte e a ressurreição de Cristo são o “fundamento” da espiritualidade da ecologia integral.
“A morte e a ressurreição de Jesus, portanto, são o fundamento de uma espiritualidade de ecologia integral, fora da qual as palavras da fé permanecem sem contacto com a realidade e as palavras da ciência permanecem fora do coração”, disse ele.
Na audiência geral, o papa defendeu uma “conversão ecológica”, da qual, segundo Leão XIV, “os cristãos não podem se separar, pois essa mudança de direção exige que sigam Jesus”.
Hoje (19), o papa prosseguiu com o ciclo de catequese sobre a relação entre a Ressurreição de Cristo e os desafios do mundo atual.
Essa ideia tem origem no Evangelho de são João, que apresenta um detalhe não encontrado nos outros Evangelhos. Refere-se à passagem em que santa Maria Madalena está perto do túmulo vazio e não reconhece imediatamente Jesus Ressuscitado, mas pensa que Ele é o jardineiro, disse Leão XIV.
“A atitude de Maria Madalena naquela manhã de Páscoa expressa esse caminho: só através de sucessivas conversões é que passamos deste vale de lágrimas para a nova Jerusalém”, disse ele.
Assim, o papa disse que “cultivar e guardar o jardim é a tarefa original” — tarefa que Cristo leva à plenitude”.
“Suas últimas palavras na cruz — Está consumado — convidam cada um de nós a redescobrir essa mesma tarefa, a nossa própria tarefa”, disse Leão XIV.
“Ela não estava totalmente enganada ao acreditar que havia encontrado o jardineiro”, disse o papa. Em seguida, Leão XIV citou a encíclica Laudato si’ do papa Francisco, que completou dez anos, na qual o papa argentino, diz Leão XIV, fala sobre “a extrema necessidade de um olhar contemplativo”.
“A esperança cristã, portanto, responde aos desafios que toda a humanidade enfrenta, fazendo uma pausa hoje no jardim onde o Crucificado foi colocado como uma semente, para brotar novamente e dar muitos frutos”, disse Leão XIV.
O papa disse que os filhos e filhas da Igreja podem hoje “encontrar milhões de jovens e outros homens e mulheres de boa vontade que ouviram o clamor dos pobres e da terra, permitindo que seus corações sejam tocados”.
“Há também muitas pessoas que desejam, através de uma relação mais direta com a criação, uma nova harmonia que as leve para além de tantas feridas”, disse ele sobre isso.
Leão XIV disse que os desafios “não podem ser enfrentados sozinhos, e as lágrimas são uma dádiva da vida quando purificam os nossos olhos e libertam a nossa visão”.
“O paraíso não está perdido, mas sim encontrado”, disse o papa.
Ele pediu a capacidade de “ouvir a voz dos que não têm voz”.
“Veremos, então, o que os olhos ainda não podem ver: aquele jardim, ou Paraíso, ao qual só podemos nos aproximar acolhendo e cumprindo nossa própria tarefa”, disse Leão XIV.





